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Peixes: os heróis dos oceanos

Atualizado: 10 de jun. de 2020

Autores: José Pedro Vieira Arruda Júnior, Mariana P. Haueisen, Thais R. Semprebom e Douglas F. Peiró



Foto de um pescador em pé na extremidade de uma canoa e com vara de pesca. . O barco aparenta estar próximo da praia devido a presença de ondas pequenas. O sol está se pondo e o céu está cor laranja

Pescador trabalhando no fim da tarde Fonte: Lekies/Pixabay (CC0).

Quando vamos à praia, sempre observamos embarcações de pesca ao longo do litoral. Essas embarcações, no geral, vão procurando por cardumes de peixes que servirão como fonte de renda para as comunidades tradicionais. Esse trabalho é milenar e as populações de peixes sempre se mantiveram nesses ambientes, alguns períodos em menor quantidade e em outros períodos em grande quantidade, mas nunca em declínio extremo devido às atividades tradicionais.


OS PEIXES NÃO SOMEM?

Mesmo com diversas embarcações atuando na pesca, os peixes não somem? Até podem! Como os peixes são considerados recursos vivos, a sobrepesca, ou seja, a pesca em excesso, além de outros impactos antrópicos atuais, principalmente em períodos que os animais estão se reproduzindo, é um perigo para esses animais.

É aí que adentramos no incrível mundo dos peixes, começando com algumas informações sobre o ictioplâncton. Esses animais fazem parte do zooplâncton, que são ovos, larvas e adultos de animais e que vivem na coluna d’água. Eles podem ser classificados como holoplâncton (que passam a vida toda no zooplâncton, como copépodes e quetognatos) e o meroplâncton (que passam parte da vida no zooplâncton, como ovos e larvas de peixes e de caranguejos). O ictioplâncton, que são os ovos e as larvas dos peixes, compõem uma fração econômica e ecologicamente importante do zooplâncton, sendo visados por muitos trabalhos de pesquisa.


Fotografia com auxílio de lupa de cinco larvas de peixes dispostas horizontalmente na imagem, uma a cima da outra de forma vertical, exemplificando o ictioplâncton.

Larvas de peixes do Ictioplâncton visualizadas com auxílio de uma lupa (NOAA's Fisheries Collection, 2013) Fonte: NOAA Photo Library/Flickr (CC BY 2.0).


A maioria dos peixes, principalmente os peixes marinhos, possuem fertilização externa, ou seja, a fêmea e o machos liberam seus gametas na água para que ocorra a fertilização. Uma vez que ela acontece, os ovos ficam na coluna d’água, passam por um processo de desenvolvimento embrionário, até que as larvas eclodem e vão se alimentar.

Geralmente os peixes adultos procuram áreas mais calmas para se reproduzirem e para colocarem seus ovos, como áreas de manguezal, estuários, pradarias marinhas e recifes de corais. Além de serem áreas de intensa transferência de energia, esses ecossistemas possuem importância econômica e ecológica.

Após a eclosão dos ovos, várias larvas de peixes irão em busca de alimento, como seres microscópicos, microalgas, minúsculos crustáceos e partículas orgânicas da coluna d´água. À medida que se alimentam, esses animais vão crescendo até estarem prontos para habitar outras áreas.

Mas existe um problema que cresce cada vez mais para esses animais!

Não é só a sobrepesca ou a pesca durante período reprodutivo que são ameaças aos peixes, mas também a poluição de regiões costeiras por efluentes domésticos, pesticidas, antibióticos, hormônios e o plástico; a competição com espécies exóticas (o caso do peixe-leão, que é o mais conhecido), a construção de grandes empreendimentos na costa, de aterros e dragagens, além das mudanças climáticas.

ENTÃO, O QUE FAZER PARA MUDAR ISSO?

Existem várias formas de proteger os peixes dessas ameaças, mas uma delas está sendo colocada em prática e tem várias vantagens. Hoje se fala e se põem em prática projetos relacionados à delimitação de áreas marinhas protegidas. Essas áreas são regiões onde essas ameaças são controladas e garantem a sobrevivência de espécies. Além disso, elas possuem um plano de manejo, que é um documento técnico-científico que regula a utilização dos recursos desse ecossistema de forma sustentável.

Foto de um recife de coral com grande diversidade de corais e peixes. Ao fundo, é possível visualizar a água do mar em tom azul. São vários peixes alaranjados, peixes com listras pretas e corpo azul, peixes cinzas, peixes com pigmentos vermelhos no ventre, no dorso e na nadadeira caudal e peixes totalmente pretos. Todos esses animais estão situados em corais de cores branca e amarelo.

Comunidade de peixes recifais utilizando o habitat para se alimentar, se proteger de predadores e se reproduzir (2014). Fonte: visavietnam/Pixabay (CC0).

ENTÃO OS PEIXES SÃO VERDADEIROS HERÓIS DO MAR?

Podemos dizer que sim! Quando pensamos em peixe, pensamos em economia, mas também em como esses animais podem colaborar com a proteção de outros animais. Economicamente atrativos, os peixes são protegidos para que nunca falte ‘’o peixe de cada dia’’. Como consequência, não só eles serão protegidos, mas também áreas marinhas com uma grande diversidade de animais e de processos ecológicos importantes.

Somado a isso, a pesca desenvolvida pelas comunidades tradicionais é de extrema importância cultural, além de ser uma importante maneira de subsistência desses povos. Por isso, é importante proteger essas espécies de peixes, não apenas pela importância ecológica, mas também pela importância socioeconômica.


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Bibliografia

CASTELLO, J. P. Gestão sustentável dos recursos pesqueiros, isto é realmente possível? Pan-American Journal of Aquatic Sciences, v. 2, n. 1, p. 47-52, 2007.

LAEGDSGAARD, P.; JOHNSON. C. Why do juveniles fish utilize mangrove habitats? J.Exp. Mar. Biol. Ecol., v.257, n.2, p.229-253, 2000.

R.C, Pereira; A.S, Soares-Gomes. Nécton Marinho. In: Biologia Marinha. Rio de Janeiro: Interciência, 2002. p.241-249.



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